chuva

No jardim do meu amor,
as sementes eram pedaços de sonhos do que eu queria construir.
Deixei a terra ao céu, pra receber toda a água que o mundo pudesse dar.
Coloquei um laço de fita,
com as cores mais bonitas,
num regador.
Quem passasse o veria cheio de cor e me poderia regar.
Aguaram a terra, afogaram o solo,
algumas sementes
de fruta, deram flores, outras, caroço.
Vezes seca, vezes molhada,
o jardim estava ali, sempre a ser plantado, pronto, fértil.
Jardim sem plantação, não é jardim;
é terreno.


Certa vez chovi.
Nasceram flores, plantas, bicho, e tudo mais que um jardim de amor pudesse dar.


Sigo chuva.


arte: anna_cunha


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ela

banho d'mar

mantra