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Mostrando postagens de 2019

meio

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Sorriu um sorriso morno; não me olhou. - foi um pedido de desculpa? Os olhos morenos (- tristes?) de uma mulher que não (re)conheço, somente acompanham um corpo. - o que aconteceu? Ela se arrasta com esforço, sem aparentar. O automático de uma matéria que ainda não desistiu. - mas ela parecia bem. - qué pasó, nena? Ela sorri, conversa, namora. "Tá bem". Observo de longe as pequenas respirações profundas que ninguém vê. Carrega montanhas, que ninguém vê. - por que, menina? Segue sorriso - morno - vazio - Esforço. O sol que bebia da sua luz se recusa a aparecer. O olhar que se perde enquanto uns falam lamentos que não chegam perto doo seu aperto no peito. - eu sei... Do Orun, as estrelas olham o Tempo tecer os fios do caminho. É espera. - tá todo mundo meio triste. É pra isso que existem os dias cinzas, pequena, pra gente honrar as saudades.                   - amanhã, não, amanhã tem sol.

festival

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Tem festa no mar Com o sal das lágrimas que derramei, tem festa no mar. Os bons ventos bagunçam cabelos - ideias, saudades... - Tudo é onda de Iemanjá. Rainha. Tem festa no mar. Olhos que buscam gaivota, se encantam com outros pássaros no ar. Ouvidos desatentos choram canções com as ondas de Iemanjá. No coração, as pedras roladas de Oxum se apequenam na imensidão das águas revoltas do mar. Tem chuva no mar. A água invade o corpo calmaria no peito. Iemanjá me toma nos braços, me deixa aninhar e anuncia: Hoje tem festa no mar! das coisas que só fazem sentido a pequenos corações dilatados (de amor)

mantra

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Hoje não teve borboleta. O sol acordou o rio, despertou as ondas do mar e mandou a saudade bater à minha porta. Sem saber, já havia despertado - ou nem dormido - Senti o cheiro do abraço-casa, lar doce, quente e seguro - Ri. Lembrei dos devaneios compartilhados, as melhores histórias inventadas não vividas, mas sentidas. E a luz do sol veio me lembrar do teu sorriso. Os olhos (cor) de terra - e de mágoa e misteriosamente de otimismo - não me sorriram hoje. Talvez não tenham despertado a beleza de todos os dias pra todos que têm a honra de apreciá-los, nem os encantos que emana a cada piscadela - feito criança e poça d'água. Mas os dias tornam a raiar, a lua, a aparecer, os passarinhos a voar - no peito, no passo e na saudade - Mas hoje não teve borboleta. Deixo voar, (porque nem vento segura borboleta) porque a lembrança vence a saudade. Tem que. Amo de longe, como os olhos amantes me ensinaram a amar - trair o tempo, encurtar o espaço. Trair o tempo, e

beira-mar

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Mar, sonoro mar, tuas condas me entregam aos ouvidos o gosto de que é feita a vida. O branco de tuas espumas devolvem aos sentidos o toque leve do encanto. Respingos de amor correm corpos salgados, felizes. O vento beija o reflexo do sol na calmaria do mar. Beira o tempo, finda-tarde, sobreamar.

chuva

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No jardim do meu amor, as sementes eram pedaços de sonhos do que eu queria construir. Deixei a terra ao céu, pra receber toda a água que o mundo pudesse dar. Coloquei um laço de fita, com as cores mais bonitas, num regador. Quem passasse o veria cheio de cor e me poderia regar. Aguaram a terra, afogaram o solo, algumas sementes de fruta, deram flores, outras, caroço. Vezes seca, vezes molhada, o jardim estava ali, sempre a ser plantado, pronto, fértil. Jardim sem plantação, não é jardim; é terreno. Certa vez chovi. Nasceram flores, plantas, bicho, e tudo mais que um jardim de amor pudesse dar. Sigo chuva. arte: anna_cunha

banho d'mar

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É da mistura de água salgada com água doce que é feito meu coração. O barulho das águas pula em mim e vira brilho ao ver o encanto que ela é. Nos olhos-mar mergulho meu coração inteiro. Entre abraços, entrego corpo, Entrego-sou. Teu sorriso é cantiga doce, menina. Corro pra água toda vez que a areia insiste em me segurar. Sinto o calor do Sol, Entrego às ondas, Flutuo. Ondeio. Calmaria do meu mar, saudade do meu bem. <3

morde

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As mãos molhadas percorrem as entranhas. O gozo do gemido A saliva do gozo O suor dos corpos. A nudez do teu sorriso é um convite úmido. O cabelo desfeito, bagunçado. Ofegantes gritos. Doces mordidas. Teus dedos cavam caminhos. Te rasgo a boca, me abro as pernas, te entrego. A pele desliza, a língua enrosca Tuas unhas me agarram a cintura, - encaixo. Me lambe os dedos, as costas, a nuca. Transpiro. Sorrio um gemido. Gargalho. Devoro a menina, Saúdo a mulher. arte: @sabrinagevaerd no ouvido

maré cheia

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Eu vi o amor surgir por entre as ondas e caminhar na areia. Com a leveza dos pés banhados pelas águas mais doces, sorriso largo e sincero, doava brilho ao mar. As curvas - cabelos, olhos e covinhas - são deliciosos encantos colocados na Terra. [obrigada, Olorum.] As gotas escorrem-esculpem o corpo mais bonito que já Vi. A sedução que o acompanha invade a praia inteira - não sobra um. Me afogo rindo, agradecendo. Ela chega, para, Sorri. Chacoalha os cabelos e - toca uma banda inteira na minha cabeça, o ar suspende as coisas, o tempo para, meu verso exagera, perco o rumo, o fôlego, péra - me fala do mar. Meu canto de Ossanha favorito. [obrigada, Baden.] A cerveja chega, brindamos, sorrimos. Dou um beijo; vou pras águas, um olhar de carinho de quem não quer ir. Fomos. A saudade da terra é a necessidade do mar. <3

Sofia

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Nos olhos, o desafio.  Suspendo o tempo e  me demoro no encanto.  A mulher que mora nos olhos dela me seduz  sem esforço.  O sorriso se mistura ao oceano dentro dela  - mutável: ora leveza, ora convite.  A luz dos passos anuncia a sua chegada.  Impõe charme como quem respira, ou é.  A graça da risada  O toque da pele - a boca! que boca! - O cabelo que cai delicadamente sobre os ombros  - ondas perfeitas pra combinar com o mar que ela é  [infinito]. Seu nome é o sorriso que antecede o beijo.                                                                    Sofia. 

Sagrada

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Você já ouviu o sorriso de uma mulher  que acabou de entender que  o mundo inteiro é dela? Para pra reparar na postura do coração de uma mina que sacou que  qualquer rua é palco - pra luta, pra resistência ou pro desfile [não me venha aplaudir, basta não atrapalhar]. Passo atrás de passo o mundo fica imenso embaixo dos pés dela - para pra observar o estouro de cada movimento. A firmeza da caminhada de uma  mina mulher mulherão  é sagrada.  Ela anda com o peito estufado  porque é tudo dela! A vida é uma mulher cheia de amor e teimosia. O futuro só pode ser mulher - porque no passado já éramos natureza.  

saborear

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Meus dedos percorrem corpo a fora. Me demoro na linha do biquíni, me perco no ossinho do quadril. Beijo sorrindo e faço morada - demarcada. Nos jogo na cama, beijo-devoro cada parte sem pressa - nem demora. Nas curvas dos seios meu suspiro. Enrolo, mordo, fico! Beijo delicadamente o melhor caminho que uma quinta-feira (ou uma vida) poderia me levar. Ouço um sorriso - sinto um arranhão - nas costas Continua. Na grandeza do corpo, da pele, da boca, Na língua a extensão do corpo - te contorcer, te encontrar nos gemer. #ilu: lidia brancher

aline

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Como uma flecha cruzando o céu Ela encanta olhares curiosos.  Sorri com a ingenuidade de uma criança Abraça com a sinceridade do amor mais entregue.  Ela é filha do rei das matas Ela é dona do olhar dos mistérios.  Ela brinca nas águas rasas - um amor profundo - Se entrega num sorriso que embala os cuidados da mãe maior. Ela é o abraço que cura dores. A doçura que não se pode mensurar.  Rainha das folhas, Ela é lar. 

Amiudar

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Vez ou outra ela aparece Sobrevoando uma lembrança Como um bicho desses que sabe voar.  Me afaga os cabelos, me derruba algumas lágrimas, me canta Bethânia e vai... Me apego nos detalhes da risada (a mais sincera), nas horas cozinhando e nas garrafas divididas.  Ela fez morada no alto da montanha, onde observa o movimento do vento, sente a terra sob os pés e canta pra si mesma. [Eu mergulhei como um pássaro no abismo de não tê-la.] A tristeza com que me desperta saudade é tão poética que é quase linda.

Fruição

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Ligo o vibrador. Fecho os olhos.  Bebo a taça.  (Que clichê. Esquece.) Viro a garrafa.  Lambuzo os dedos. Desligo esse motor. Você me basta! Abro mais.  Seduzo mais.  Gemo aos p o u c o s. Me apresso com calma.  Com firmeza.  Lembro da tua boca. Lembro do teu corpo. Abro... Abro a boca. Abro as pernas. Me rasgo! Você chega.  Num gemido. 

pinot

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Abri um vinho ela me veio.  Assim sem pausa. Como um cheiro. Me invadiu cada pedaço. Cada pecado.  Os dedos correndo a pele, fazendo as curvas, contando as pintas.  A pele do colo, as curvas do seio, o umbigo.  Suspiro Enrolo o cabelo - dela -, seguro um beijo, invado um território inteiro.  Somos uma.  Não tem espaço pra segredos, não tem espaço pra medo, temos eu e ela. Uma fenda. Um gole mais. Um gole menos, salivo... Uma garrafa mais.  Uma vida inteira.  Eu fico! Fico. Grito. Mordo. Arranho. Suspiro!!