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Mostrando postagens de julho, 2019

festival

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Tem festa no mar Com o sal das lágrimas que derramei, tem festa no mar. Os bons ventos bagunçam cabelos - ideias, saudades... - Tudo é onda de Iemanjá. Rainha. Tem festa no mar. Olhos que buscam gaivota, se encantam com outros pássaros no ar. Ouvidos desatentos choram canções com as ondas de Iemanjá. No coração, as pedras roladas de Oxum se apequenam na imensidão das águas revoltas do mar. Tem chuva no mar. A água invade o corpo calmaria no peito. Iemanjá me toma nos braços, me deixa aninhar e anuncia: Hoje tem festa no mar! das coisas que só fazem sentido a pequenos corações dilatados (de amor)

mantra

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Hoje não teve borboleta. O sol acordou o rio, despertou as ondas do mar e mandou a saudade bater à minha porta. Sem saber, já havia despertado - ou nem dormido - Senti o cheiro do abraço-casa, lar doce, quente e seguro - Ri. Lembrei dos devaneios compartilhados, as melhores histórias inventadas não vividas, mas sentidas. E a luz do sol veio me lembrar do teu sorriso. Os olhos (cor) de terra - e de mágoa e misteriosamente de otimismo - não me sorriram hoje. Talvez não tenham despertado a beleza de todos os dias pra todos que têm a honra de apreciá-los, nem os encantos que emana a cada piscadela - feito criança e poça d'água. Mas os dias tornam a raiar, a lua, a aparecer, os passarinhos a voar - no peito, no passo e na saudade - Mas hoje não teve borboleta. Deixo voar, (porque nem vento segura borboleta) porque a lembrança vence a saudade. Tem que. Amo de longe, como os olhos amantes me ensinaram a amar - trair o tempo, encurtar o espaço. Trair o tempo, e

beira-mar

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Mar, sonoro mar, tuas condas me entregam aos ouvidos o gosto de que é feita a vida. O branco de tuas espumas devolvem aos sentidos o toque leve do encanto. Respingos de amor correm corpos salgados, felizes. O vento beija o reflexo do sol na calmaria do mar. Beira o tempo, finda-tarde, sobreamar.

chuva

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No jardim do meu amor, as sementes eram pedaços de sonhos do que eu queria construir. Deixei a terra ao céu, pra receber toda a água que o mundo pudesse dar. Coloquei um laço de fita, com as cores mais bonitas, num regador. Quem passasse o veria cheio de cor e me poderia regar. Aguaram a terra, afogaram o solo, algumas sementes de fruta, deram flores, outras, caroço. Vezes seca, vezes molhada, o jardim estava ali, sempre a ser plantado, pronto, fértil. Jardim sem plantação, não é jardim; é terreno. Certa vez chovi. Nasceram flores, plantas, bicho, e tudo mais que um jardim de amor pudesse dar. Sigo chuva. arte: anna_cunha