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Clara

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Com olhos de água doce, a presença vem à frente de tudo. O encanto que desestrutura as palavras e eu viro sorriso. (gargalhamos) Só vê furacão quem não encontra em cada palavra a menina do coração dourado. Ela dá leveza aos dias cinzas, e ainda mais luz ao Sol. Eu entendo a vida como um presente a ser agradecido todos os dias quando ela sorri. Ela clareia.

meio

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Sorriu um sorriso morno; não me olhou. - foi um pedido de desculpa? Os olhos morenos (- tristes?) de uma mulher que não (re)conheço, somente acompanham um corpo. - o que aconteceu? Ela se arrasta com esforço, sem aparentar. O automático de uma matéria que ainda não desistiu. - mas ela parecia bem. - qué pasó, nena? Ela sorri, conversa, namora. "Tá bem". Observo de longe as pequenas respirações profundas que ninguém vê. Carrega montanhas, que ninguém vê. - por que, menina? Segue sorriso - morno - vazio - Esforço. O sol que bebia da sua luz se recusa a aparecer. O olhar que se perde enquanto uns falam lamentos que não chegam perto doo seu aperto no peito. - eu sei... Do Orun, as estrelas olham o Tempo tecer os fios do caminho. É espera. - tá todo mundo meio triste. É pra isso que existem os dias cinzas, pequena, pra gente honrar as saudades.                   - amanhã, não, amanhã tem sol.

festival

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Tem festa no mar Com o sal das lágrimas que derramei, tem festa no mar. Os bons ventos bagunçam cabelos - ideias, saudades... - Tudo é onda de Iemanjá. Rainha. Tem festa no mar. Olhos que buscam gaivota, se encantam com outros pássaros no ar. Ouvidos desatentos choram canções com as ondas de Iemanjá. No coração, as pedras roladas de Oxum se apequenam na imensidão das águas revoltas do mar. Tem chuva no mar. A água invade o corpo calmaria no peito. Iemanjá me toma nos braços, me deixa aninhar e anuncia: Hoje tem festa no mar! das coisas que só fazem sentido a pequenos corações dilatados (de amor)

mantra

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Hoje não teve borboleta. O sol acordou o rio, despertou as ondas do mar e mandou a saudade bater à minha porta. Sem saber, já havia despertado - ou nem dormido - Senti o cheiro do abraço-casa, lar doce, quente e seguro - Ri. Lembrei dos devaneios compartilhados, as melhores histórias inventadas não vividas, mas sentidas. E a luz do sol veio me lembrar do teu sorriso. Os olhos (cor) de terra - e de mágoa e misteriosamente de otimismo - não me sorriram hoje. Talvez não tenham despertado a beleza de todos os dias pra todos que têm a honra de apreciá-los, nem os encantos que emana a cada piscadela - feito criança e poça d'água. Mas os dias tornam a raiar, a lua, a aparecer, os passarinhos a voar - no peito, no passo e na saudade - Mas hoje não teve borboleta. Deixo voar, (porque nem vento segura borboleta) porque a lembrança vence a saudade. Tem que. Amo de longe, como os olhos amantes me ensinaram a amar - trair o tempo, encurtar o espaço. Trair o tempo, e

beira-mar

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Mar, sonoro mar, tuas condas me entregam aos ouvidos o gosto de que é feita a vida. O branco de tuas espumas devolvem aos sentidos o toque leve do encanto. Respingos de amor correm corpos salgados, felizes. O vento beija o reflexo do sol na calmaria do mar. Beira o tempo, finda-tarde, sobreamar.

chuva

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No jardim do meu amor, as sementes eram pedaços de sonhos do que eu queria construir. Deixei a terra ao céu, pra receber toda a água que o mundo pudesse dar. Coloquei um laço de fita, com as cores mais bonitas, num regador. Quem passasse o veria cheio de cor e me poderia regar. Aguaram a terra, afogaram o solo, algumas sementes de fruta, deram flores, outras, caroço. Vezes seca, vezes molhada, o jardim estava ali, sempre a ser plantado, pronto, fértil. Jardim sem plantação, não é jardim; é terreno. Certa vez chovi. Nasceram flores, plantas, bicho, e tudo mais que um jardim de amor pudesse dar. Sigo chuva. arte: anna_cunha

banho d'mar

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É da mistura de água salgada com água doce que é feito meu coração. O barulho das águas pula em mim e vira brilho ao ver o encanto que ela é. Nos olhos-mar mergulho meu coração inteiro. Entre abraços, entrego corpo, Entrego-sou. Teu sorriso é cantiga doce, menina. Corro pra água toda vez que a areia insiste em me segurar. Sinto o calor do Sol, Entrego às ondas, Flutuo. Ondeio. Calmaria do meu mar, saudade do meu bem. <3